Maldito Idiota

Posted by .... | Posted on 01:05

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Mais uma vez estou buscando mais do que me oferecem

Por mais uma vez caí tentando levantar

Ninguém me deu a mão 
Ninguém conseguiu enxergar fixamente um só miserável 
Somente uma faísca de pedras

Tudo que vi foi bem mais que pouco 
Tudo que tive de acreditar foi mais ou menos tudo

Nada era de ter, tudo era mais do que podia possuir

E eu aqui, superestimando a capacidade de quem nada mais é do que ninguém

Imaginei, mas não sabia por quem lutava

Desfiz minhas ideias de me importar comigo mesmo

Insisti em querer ter alguém sempre por perto

O querer às vezes tem esse defeito

Tanta coisa sobre mim o universo acorrentou

Agora vejo, nas entrelinhas do caminho, realmente o que sou

Henrique Lucas

Um mundo perfeitamente inventado

Posted by .... | Posted on 01:42

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O homem cria o objeto para que o objeto o mantenha vivo
O homem é capaz de se reinventar, de criar e recriar o que quiser
O homem pode, permitindo-se, revirar a vida de uma máquina igual
Uma vida que por mais robótica e nonsense, terá motivos para adiar o término
Por assim pensar e naturalmente conseguir inventar um homem exultante
Vivendo como quer, com todas suas vontades e todos seus desejos guardados
E com todos aqueles temores amenizados no mórbido silêncio do esquecimento sutil e passageiro 
Imagina-se um ser desprovido de preocupações, neutro por natureza, incapaz de sofrer
Tudo se faz destruído, um muro caído, o exercito inimigo preparado pra guerra 
No tempo em que surge a complicada questão do porquê. Qual a razão?
O motivo neutralizou a mente, perdeu-se, fugiu do controle... Já não interessa. 

Henrique Lucas

Quando tudo congela

Posted by .... | Posted in | Posted on 18:13

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Tudo pode parecer tão perfeito
O que é que se faz quando todos te olham?
Continua na perfeição nos olhos dos outros?
Ou encara a ironia e prova pra todo mundo que você é alguém?
Olha aquele mundo lá fora 
Aquelas árvores na praça 
Aqueles grupos de amigos
Penso se existe algum parasita na árvore 
E qual dos amigos carrega uma magnum
Sei que vai fazer falta todo o tempo perdido
Todos os minutos parados e eu não tenho o que dizer
Nessas horas queria ser máquina 
Ou que realmente existisse um Deus qualquer pra me proteger

Henrique Lucas

Hoje sou pedra

Posted by .... | Posted in | Posted on 03:53

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Hoje sou pedra
Não fale em meu ouvido nem grite meu nome
Hoje você não sabe quem sou
Nem me olhe por mais de dois segundos
Eu não mereço tamanha atenção
Sou mendigo a fumar nas ruas
Sou criança no farol
Sou o velho e a velha no asilo
De um asilo qualquer
Velho qualquer
Memória qualquer
Sou o gesto do recém-nascido a queimar no piche de uma metrópole
Sou o que cai da tua boca
O que rola na pia
Rodopia dos bares e padarias
Sou a família do viaduto
As estatísticas 
O giz e o x da questão
Menino adulto sem documento
Estou de cara no chão
Esperando autópsia
Fazendo sala na rua para convidados desconhecidos
Sou o cara de dedos queimados e mente limpa
Sou o pai no hospital a olhar nos olhos de seu filho lhe desejando uma boa morte
A mãe que adormece o filho que sente fome
Sou eu a criança infeliz e condenada que vai à escola mastigar a sopa
Sou a mesa de casa, leve e suja
Sou o olhar de meninas estupradas
Sou as mãos, os pés e o sangue do trabalhador
Sou o cachorro chutado
Os gatos na caixa de papelão
Caixa qualquer
Em porta qualquer
Chance sequer
Sou o protesto na rua
O povo e seus deveres
Sou a cara ferida por fluorescente
O eleitor que existe quando convém
Sou a rua em forma de mar
Os carros em forma de barcos
Pessoas em forma de garrafas pet
Sou aquilo que nasce
Aquilo que cresce
A coisa que não sabe por que existiu

Henrique Lucas

A morte

Posted by .... | Posted in | Posted on 01:21

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Da gélida força que me vem perturbar
Quero tirar um pouco do que sabe
Quero que me diga as vontades do mundo
Quero que me faça sentir seu tormento
Me desprenda, me liberte, me faça dormir por um instante
Ao dizer que não faz sentido, eu creio que não faça
Não me deixe sozinho
És minha morte brutalmente infectada
Pelos dias em que você já não está tão ausente
Eu queria ao menos um pouco
Um pouco mais de tempo
Para lavar minhas mãos no sangue da tua voz
Buscar carne nova e descansar nos teus braços.

Henrique Lucas

Fantasiando irrealidade

Posted by .... | Posted on 03:53

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Fazer aparecer
É bom ter o mundo em uma mão
Deslumbrar com o notável
O diário aberto na página conhecida
Como o talvez para si, se torna certeza
Meia dúzia de livros devorados por uma cabeça
Agora pode-se dizer conhecedor
Pode-se dizer entendedor
De todas as fantasias e conceitos de fantasias
Pode-se dizer fantasiado.

Henrique Lucas

O mundo pra ser mundo

Posted by .... | Posted in | Posted on 01:20

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De alguma forma eu sei...
...Estar encantado com o que vejo muitas vezes me traz um certo desconforto
Tudo parece tão sobrenatural e fora da realidade
Pra mim, o mundo pra ser mundo não pode ser perfeito
Nem pode ter as cenas românticas de um filme de terror
O mundo pra ser mundo tem que ser regado à morte e medo
Banhado de sofrimento e dor

Henrique Lucas


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